"Um passo a frente e você não está mais no mesmo lugar"

Eu li essa frase tem alguns meses e desde então ela fica matutando na minha cabeça sem parar. Eu sabia que ela me seria muito útil, mas não sabia como começar com esse primeiro passo. Somente agora me dei conta do peso e do significado que ela tem pra mim. Movimentar-se. Mudar. Antes de qualquer coisa, não está sendo nada fácil ter que abrir isso na rede para que qualquer pessoa possa ler... É difícil ter que assumir que você não está bem, que as coisas estão fora do lugar, que você precisa mudar. Por bem ou por mal.

Tem algum tempo que eu procurava um emprego de verdade, e quando o encontrei eu deixei que ele passasse. Por quê? Não tem uma resposta pronta... Fraqueza? Medo? Talvez os dois ou nenhum dos dois. Lembro-me bem dessas palavras amargas que tive que ouvir (e ainda escuto dentro da minha cabeça): - “Você é uma fraca”! Alguém faz idéia da angústia que eu senti ao ouvir isso, ao ter que digerir letra por letra? É doeu bastante e ainda dói.  Fico sozinha no meu canto às vezes, pensando nessa frase, e infelizmente 100% das vezes que penso nisso concordo com ela, sou uma fraca!

                Nunca consegui terminar nada que tivesse começado. Jazz, taekwando, inglês, espanhol, academia, muay thai e até encontros da igreja; Sempre tinha um “motivo” pra não terminar ou dar continuidade àquela atividade. No mínimo, devo pensar que sou fraca mesmo. É impressionante o gás que tenho pra começar e o desânimo absurdo de continuar. Eu sei, eu sei que se isso me incomoda tanto, eu tenho que mudar. Mas quem foi que falou que mudar é fácil? Mas também ninguém disse que difícil não seria.  :X

Mudar exige uma série de novos hábitos. Os malditos hábitos ruins parecem gordura quando impregnam numa vasilha de plástico; aquilo é um saco de lavar. Assim acontece com esses hábitos ruins... É preciso paciência e uma boa lavagem para tirá-los de nós. Impossível não é... 

Há exatos 6 meses e 13 dias, eu conheci uma pessoa da qual eu vou ter que passar uma eternidade agradecendo a Deus por ter colocado no meu caminho. Meu namorado... Não, não falo dele assim por estar apaixonada, por estar encantada. Não, não! O que eu sinto por ele é algo que vai além desses sentimentos incertos, oscilantes. Mas não estou aqui pra falar do meu amor por ele, mas sim do que ele vem provocando em mim.

Ele foi capaz de enxergar em mim o que a maioria não enxerga. Ele conseguiu olhar pra dentro de mim e saber que além dessa capa existe um alguém que poucos conhecem, poucos entendem e poucos amam. Foi a partir daí que comecei a me olhar diferente também. Mas não com os olhos que ele me olha. Ao me olhar no espelho, não gosto do que vejo (por dentro e por fora) e então comecei a brigar comigo todos os dias... Questionamentos, angústias, raiva... E ele (meu namorado) pediu que eu me olhasse com os olhos dele, que eu relesse tudo que ele já havia me mandado e que se ainda assim eu não me conformasse que era uma pessoa linda tanto por dentro quanto por fora, que eu mudasse. “Põe em prática o que você diz aos outros, cuida de você, quero te ver feliz”.

Porém, parece que quando eu decido a melhorar a minha vida, mudar por mim e pra mim, algo me empurra pra baixo e tudo volta como era ou fica pior. Além do desânimo e de algumas decisões erradas, falo do excesso de peso. Esse “excesso de gostosura” se excedeu demais, passou do ponto. As roupas não servem mais, sair de casa se torna um martírio ao invés de prazer. Isso, com toda certeza não pode me fazer bem em todos os sentidos.

Sofri muito na escola e até dentro de casa por ser gorda. Apelidos maldosos, brincadeiras sem graça, sempre foi assim. Mas apesar de tudo isso, eu nunca fui uma criança fechada ou triste, eu sempre tinha amigos, pessoas que gostavam de mim. Minha mãe nunca foi do tipo “Encosta aqui que eu vou te consolar”, nunca mesmo, e deve ser por isso que cresci sem muitos complexos com a gordura. PORÉM, eu já tentei tudo. Dieta, ficar sem comer mesmo, correr, malhar, tudo. E aquela historinha lá de não conseguir terminar o que começo VOLTOU em todas essas tentativas aí mencionadas. Mas eu to de saco cheio. SACO CHEIO MESMO! Eu brigo por tudo, eu choro por tudo, meu humor muda quase que na velocidade da luz, eu nunca tive lá muita paciência, agora então é como se nunca tivesse existido. E a concentração? Rs... É algo que também já não tinha muito, agora, desapareceu!

Como isso afeta todas as relações que eu tenho? Kkk Simples, não tem relações. Conversas são quase impossíveis. Eu me isolo, me fecho e dou aquele sorriso que ninguém saberá nunca do que se passa aqui dentro de mim. Eu to errada? CLARO QUE ESTOU. Isso é lá jeito de resolver as coisas? Não, não é... O único jeito que encontrei de poder falar tudo que penso (ou quase tudo) sem ser interrompida com os mesmos comentários, "você precisa mudar", foi escrever.

Chega um ponto que quando você sabe exatamente o que fazer e até ajuda outras pessoas a melhorarem a auto-estima e a própria vida com seus conselhos (aqueles que você mesmo deveria seguir) e você mesmo não consegue resolver os seus dilemas, é hora de cair em si e se dar conta de que, OU VOCÊ MUDA OU VOCÊ MUDA. Mas que irritante é, você ter que ouvir das pessoas as mesmas coisas de sempre. Quem já passou por isso sabe do que eu to falando.

Mas a questão é, por onde começar?

Então... Comecei escrevendo! Tenho uma prima (AMADÍSSIMA AMANDA) que sugeriu que eu começasse a escrever como são os meus dias, o que como, o que realizo, para que assim eu tenha o compromisso de sempre estar melhorando os dias para poder postar aqui e para aqueles que acompanharem essa história (longa história... rs) também se inspirem nela. É um jeito que encontrei de desabafar todos os dias sobre o que se passa dentro de mim e se alguém ler isso, de me ajudar a não desistir. J

Acho que por hoje é só. Vamos ver no que vai dá.

Beijos com carinho...

Tatah :*.